Quintas de Poesia, com Miguel Martins – 2ª sessão, 18/10, 22.30h – Entrada livre


Demiurgo, chamam-lhe alguns; estúpido, a maior parte: eis Miguel Martins, o bardo, de regresso ao bar d’A Barraca, para mais uma noite encantatória, à maneir...
a do melhor a que nos habituaram os estúdios da Disney.

Desta vez, o poeta que, digamos assim, vai ao castigo não é outro que não Guerra Junqueiro, nome maior das letras finisseculares de Freixo de Espada à Cinta e, a época, proprietário de uma das mais prósperas roulottes de francesinhas da Capital do Norte, chegando a facturar para cima de oitocentos mil reis em noites de clássico.

Quanto a convidados, um homem que dispensa apresentações: Luís Henriques, ilustrador de renome, autor de livros como “Babinski” ou “O Espírito da Colmeia”, que marcaram indelevelmente sucessivas gerações assim de miúdos como de graúdos. Luís Henriques (“o tripé humano”, “o quebra-nozes” ou “a anaconda da Graça”, como também é conhecido, por motivos que não vêm ao caso) ilustrará ao vivo a leitura realizada. Essa ilustração será, eventualmente, objecto de venda ao público, ao preço da uva mijona.

Quem não aparecer é amiguinho do Duarte Lima.
Juancho Perone y Raúl Carnota








Ceal Floyer

A partir desta semana, às Quintas, pelas 22.30h, o Bar A Barraca volta a apresentar sessões semanais de poesia, uma tradição que, em tempos, lhe granjeou enorme fama (para além de ter dado brado nas touradas).
As leituras estarão a cargo do douto poeta Miguel Martins, que, para além da lírica, dá cartas no badmington (pares femininos), na pasteurização de lacticínios (sem glúten) e no bacará.
As sessões prometem ser relativamente breves, pelo que os convivas que assim o entenderem poderão estar em casa antes da meia-noite, embora também possam permanecer no bar até cerca da 1.58h (dependendo das condições atmosféricas) e enfrascar-se como gente grande(ou como o Marques Mendes).
Todas as semanas, o bardo será acompanhado por um outro artista de gabarito internacional (actor, poeta, artista plástico, músico, ministro da presidência, gatuno, etc), que ajudará a abrilhantar o evento.
Esta Quinta serão lidos poetas publicados pela editora TEA FOR ONE. Entre outros: Ana Salomé, Luís Filipe Parrado, Manuel Filipe, Ricardo Álvaro, Rui Miguel Ribeiro, Abel Neves, A. Maria de Jesus, Inês Dias, Jaime Rocha, Luís Pedroso, Manuel de Freitas, Marta Chaves, Rui Caeiro, Vasco Gato e Filipe Homem Fonseca.
Aliás, este último, na sua qualidade de guitarrista sem par (trata Clapton por “bambino” e consta que terá cortado relações com Django, em virtude de uma desavença em torno da qualidade relativa de dois salpicões das Beiras), participará desta primeira sessão, demonstrando, uma vez mais, porque foi merecedor dos mais rasgados encómios por parte de revistas como a New Musical Express e a Gina.
Quem não aparecer demonstrará inequivocamente que, do ponto de vista ético-intelectual, ombreia com o Relvas.
Até Quinta!

 





Edward Wadsworth

POP

Sitting in his seat, a seat broad and broken
In, sprinkled with ashes
Pop switches channels, takes another
Shot of Seagrams, neat, and asks
What to do with me, a green young man
Who fails to consider the
Flim and flam of the world, since
Things have been easy for me;
I stare hard at his face, a stare
That deflects off his brow;
I’m sure he’s unaware of his
Dark, watery eyes, that
Glance in different directions,
And his slow, unwelcome twitches,
Fail to pass.
I listen, nod,
Listen, open, till I cling to his pale,
Beige T-shirt, yelling,
Yelling in his ears, that hang
With heavy lobes, but he’s still telling
His joke, so I ask why
He’s so unhappy, to which he replies...
But I don’t care anymore, cause
He took too damn long, and from
Under my seat, I pull out the
Mirror I’ve been saving; I’m laughing,
Laughing loud, the blood rushing from his face
To mine, as he grows small,
A spot in my brain, something
That may be squeezed out, like a
Watermelon seed between
Two fingers.
Pop takes another shot, neat,
Points out the same amber
Stain on his shorts that I’ve got on mine, and
Makes me smell his smell, coming
From me; he switches channels, recites an old poem
He wrote before his mother died,
Stands, shouts, and asks
For a hug, as I shrink, my
Arms barely reaching around
His thick, oily neck, and his broad back; ’cause
I see my face, framed within
Pop’s black-framed glasses
And know he’s laughing too.

Barack Obama
Teatro Kabuki