O Bäume Lebens

Ó árvores da vida
de que pendemos
entre ser e não sermos

Do ciclo das vossas estações
desse corpo a corpo
dependemos
entre áspide e flor
por vosso favor

De vossas estranhas finezas
de vossas estranhas façanhas
descendemos
aladas serpentes
de vosso jogo angélico
que nos ultrapassa

Presentes e passadas penas
prenunciam
o abismo
os âmagos de vossas paixões

Assistis à nossa batalha
como quem espera fera

assistis à nossa derrota
porque queremos o que permanece
e a nossa passagem
entre universo e brinquedo
o estreito da nossa agonia
talvez vos divirta

E da nossa infância
para sempre separados
por ordem vossa nos tornamos
nossos próprios pais
  nossos próprios filhos
da nossa própria vida
aos poucos deslizando
e por fim
caindo


Ana Hatherly ,Rilkeana


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