Minha irmã tinha um herbário
(um belo herbário arbóreo),
mas o tempo, que é otário,
o supremo salafrário,
embrulhou-a num sudário
perfumado a incensório,
que não a iça ao zimbório,
que a fecha, sim, num armário,
para a baixar ao crematório
onde crepita, ilusório,
esse conto do vigário
do trabalho meritório,
do trabalho necessário
ao nosso esforço gregário
para acedermos a um empório
que só vende o acessório
e, o que ainda é mais notório,
torna o mundo menos vário
e muito mais merencório.

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